quarta-feira, 22 de julho de 2015

Pegando o bonde andando


Eu sei em quem tenho crido.
II Tm. 1:12.



É muito difícil ter de entender certas circunstâncias vividas, quando na verdade, a gente rejeita completamente tais circunstâncias.
Ninguém quer, nunca quer, jamais quer, passar por situações adversas.
Todos querem viver a lei das facilidades.
E com essa rejeição, em torno das adversidades e o anseio de conquistar sem esforço, o que queremos é pegar o bonde andando, onde a gente quer fazer parte da conversa, dar conselho, opinião, entrar no controle de todas as coisas, sem ao menos entender ou saber o que foi tratado anteriormente.
E esta não é apenas uma característica de alguns, mas de muitos.
E aí, a gente fica a mercê de muitas expectativas, onde são geradas as hipóteses, conjeturando em torno disso ou daquilo, como se a gente pudesse alterar, interferir, interromper ou definir alguma outra coisa, que fizesse mudanças. E assim, de modo surpreendente, passamos a viver de acordo com o que desenhamos em nossa mente.
Entretanto, a vida tem uma excelência de feituras, onde em suas propostas, existem desafios, muitas vezes quase impossíveis de superação. Pois, o que queremos é que tudo aconteça logo, num passe de mágica, num piscar de olhos, porque não gostamos de esperar.
Nós sempre somos inclinados às facilidades. É a lei do menor esforço, que é o nosso lema. Porém, muitas e muitas vezes, vamos pegando o bonde andando.
Na essência da frase, quando vamos pegando o bonde andando, vamos chegando no meio de uma situação, e queremos que tudo seja definido, resolvido, sem ao menos sabermos o início de tudo. Pois, o início de tudo, a origem de tudo, quem realmente conhece e sabe é o Senhor Deus.
Por isso, somente cabe ao Senhor Deus a definição de todas as coisas.
Entretanto, parece que isso passa longe de nossas mentes, quando estamos a mercê de ficar pegando o bonde andando.

Pegando o bonde andando.
Não há como fugir destas tentativas de querer saber, querer conhecer, querer que tudo seja bem fácil, querer correr com o amanhã, enquanto o amanhã ainda nem existe.
Enfim, nós somos assim. Temos a mania de pegar o bonde andando.
Nunca sabemos até que ponto podemos ir, mas queremos ir.
Nunca imaginamos que logo logo a morte chega, e leva alguém tão amado do nosso convívio, mas isso sempre acontece.
Nunca sabemos se alguém tão amigo é essencialmente amigo, ou está apenas envernizado de amigo.
Nunca sabemos, em que ponto podemos parar, para que o Senhor Deus comece e defina todas as coisas.
Nunca pensamos que iremos perder; pois só conseguimos ver vitória. Porém, as perdas fazem parte de todo um trajeto de conquistas vitoriosas. As perdas, na verdade, preludiam a vitória.
Nunca queremos mostrar quem somos, mas o que temos.
Nunca imaginamos ser hipócritas; mas diversas vezes, nos deparamos com a hipocrisia estampada em nosso rosto, por causa das investidas convenientes, que somos, muitas vezes, obrigados a viver, a nos submeter.
Nunca queremos admitir que estamos errados em alguma situação vivida, ou que somos os culpados por determinada fala ou atitude, que surtiu um efeito tão ruim. Porém, várias vezes, somos surpreendidos conosco mesmo, errando, sendo injustos, cometendo coisas reprováveis; como se fôssemos os juízes das pessoas. Jogando pedra no telhado do próximo, sendo que o nosso telhado é de vidro.
Nunca queremos pegar o bonde andando, mas sempre estamos a mercê de pegar o bonde andando.
Nunca devemos dizer nunca, porque o nunca acaba estando presente e acontecendo em nossas vidas.

Pegando o bonde andando.
Muitas vezes, queremos chegar logo.
Não queremos esperar, porque esperar envolve o tempo, que é sempre muito demorado aos nossos olhos; e tempo é algo muito precioso, que nunca queremos perder.
Muitas vezes, queremos chegar logo. Porém, todo o processo que passamos no percurso, é muito importante.
Mesmo que o processo seja sofrido e cause muita dor, é importante, é necessário.
E assim sendo, devemos passar, entender e valorizar a nossa chegada, onde temos de chegar.
Não queremos obedecer, na verdade. Porém, obedecer envolve sempre fazermos aquilo que não queremos.
E por não fazermos o que queremos, por uma questão de obediência, vamos ganhando espaço, adquirindo regalias diante de Deus.
Então, o que vale mais, dentro da realidade da obediência, é de fazer o que não quer, para que não sejamos reduzidos à posição de ficar pegando o bonde andando.
Deus quer que vivamos, numa postura firme de sabermos em quem temos crido (II Tm. 1:12).
Deus quer que estejamos aptos a entender e a aceitar a sua boa, agradável e perfeita vontade (Rm. 12:2).
Deus quer que nós tenhamos uma fé consciente e inteligente, sabendo que todas as coisas que nos acontecem, contribuem juntamente para o nosso bem, sempre (Rm. 8:28).
Deus quer que nós o sigamos, dentro da realidade dos atributos de seu caráter, que estão inseridos nas virtudes, que constituem o fruto do Espírito (Gl. 5:22).
Deus quer que nós o imitemos, perseverando na fé até o fim (Mt. 24:13).
Deus quer que nós andemos como Ele é, em amor (Ef. 5:2).
Deus quer que aprendamos com ele a ser mansos e humildes de coração, para encontrarmos descanso para as nossas almas (Mt. 11:29).
Deus quer que nós tenhamos uma vida viva, com novidade de vida (Rm. 6:4).
Deus quer nos levar para o céu, para que nós estejamos para sempre com Ele (Jo. 14:3).
Assim sendo, o que Deus quer, Ele decide, define, coordena e conclui. E ninguém pode sequer imaginar de impedir a sua vontade, porque Ele é soberano. E operando o Senhor Deus, quem impedirá? (Is. 43:13).
Portanto, não adianta pegar o bonde andando, e querer fazer e acontecer, querer mudar as coisas, decidindo e definindo, segundo os achismos medíocres que surgem.
Deus é Deus sempre. E Ele nunca deixará de ser Deus.
E de tudo que envolve a vontade de Deus, em nossas vidas, existe apenas uma coisa que precisamos entender, que é que Ele sempre sabe o que faz.



Tenha uma vida de não pegar o bonde andando.
E que Deus lhe abençoe muitíssimo!

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