"Carvalhos de justiça."
Is. 61:3.
Quando eu era criança amava os dias chuvosos, pois normalmente faltava luz e minha mãe ficava contando historinhas pra todos nós, seus cinco filhos.
Estava me lembrando de uma fábula, onde havia uma árvore que não sabia quem era.
Todas as outras árvores queriam influenciá-la a ser e frutificar como as tais.
Assim sendo, se aproximou dela a macieira, dizendo: "Árvore confusa, não fique assim. Procure dar maçãs! Pois, até quem não gosta de maçãs, acaba comendo maçãs, porque o que vence é a maioria. E quase todas as pessoas comem maçãs."
Daí a árvore confusa tentou, se esforçou, mas não conseguiu frutificar maçãs.
Outras árvores frutíferas se aproximaram, trazendo a mesma proposta para a árvore confusa. E assim, ela tentava e se esforçava, mas não conseguia frutificar tal qual lhe propuseram as árvores.
Por último veio a roseira, propondo que ela desse rosas, porque as pessoas, os casais, os amigos costumavam presentear o outro com rosas. E isso a faria muito importante.
A árvore confusa seguiu o conselho da roseira, mas não conseguiu dar rosas.
De repente surgiu a coruja, símbolo da sabedoria e aconselhou a árvore confusa a descobrir quem ela era, não sendo guiada por orientações de árvores que queriam apenas manipulá-la.
A partir do conselho da coruja, a árvore confusa descobriu quem ela era.
Ela era um carvalho, tida como a árvore mais importante de uma floresta, porque costuma ser o termômetro da floresta após uma tempestade.
Normalmente os ambientalistas calculam como fica a floresta, após um temporal, observando o carvalho.
O profeta Isaías menciona sobre isso em Is. 1:30.
Existem cerca de seiscentas espécies de carvalhos no mundo.
Uma árvore adulta cresce até quarenta e cinco metros.
Com setecentos anos, o carvalho atinge a idade avançada. E aos mil anos, o carvalho se aproxima para o final de sua vida.
O carvalho leva cinquenta anos para começar a frutificar.
O fruto do carvalho se chama bolota ou lande.
Em Portugal, os porcos se alimentam de bolotas, que dão à sua carne um sabor especial.
As bolotas são mencionadas na parábola do filho pródigo (Lc. 15:15-16).
A palavra de Deus menciona sobre o carvalho cerca de vinte e duas vezes.
Em Is. 61:3, há uma designação de identidade a nós, de sermos "Carvalhos de Justiça"
Em II Co. 5:21, há uma designação de identidade a nós, de sermos "Justiça de Deus".
Aprendemos com estas identidades o quanto devemos ser um testemunho vivo da ação miraculosa divina.
O carvalho fica após uma tempestade, absorvendo as consequências, tendo a robusta árvore uma aparência disforme, com o tronco todo torcido, como se realmente tivesse feito muita força, ficando praticamente sem folhas.
Diante disso, após a tempestade, o carvalho arraiga mais ainda as suas raízes.
Raízes mais profundas, mais fortalecidos, ainda que a aparência revele todo o trajeto sofrido, a Glória divina é vista em nossas vidas com justiça, por temos um Deus que nos dá em justiça, o equilíbrio da sua boa, agradável e perfeita vontade (Rm. 12:2). Temos um Deus que nos justifica e nos faz ser, em tudo, mais do que vencedores, por Cristo que nos amou (Rm. 8:37).
E não devemos nem podemos permitir que outros queiram mudar a nossa identidade, como na fábula que eu contei.
Temos uma identidade dada por Deus.
Não vivemos de rótulos que as pessoas ou as circunstâncias da vida tentam nos colocar.
Temos uma identidade que o Senhor registrou em nós.
Nada nem ninguém pode mudar o que somos em Deus.
Não nos curvamos diante dos temporais de circunstâncias que acontecem, pois estamos firmados na rocha que é Jesus, somos alicerçados nele. E isso é o suficiente. Isso nos basta.
Aquele Abraço Águia.
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