segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Justiça ou injustiça.

“Torre forte é o nome do Senhor; para ela correrá o justo e estará em alto retiro.”
Pv. 18:10.

Na parede da memória, as lembranças são quadros emoldurados, que de vez em quando a gente fica admirando.
Dizem que recordar é viver.
E de repente, me veio a lembrança de um fato que aconteceu com a minha turma de 8ª série do colégio, que é o 9º ano hoje.
A turma tinha sido injusta com o Professor de Português Silvio, por ele ter punido uma aluna.
E todos nós fomos à direção da escola, pedir para tirá-lo de nossa classe, porque não queríamos mais este professor lecionando para nós.
O Prof. Sílvio havia acompanhado a nossa turma desde a 5ª série, era amigo de todos nós; e com o seu jeito simples de ser, fez com que todos amassem a sua disciplina e ficassem exímios na gramática.
Ele nos ensinava brincando.
Todos nós amávamos o Prof. Sílvio. E por causa de uma situação banal, em que ele tinha total razão, punindo a aluna, nós todos nos esquecemos da amizade e do quanto o amávamos, com o nosso senso de justiça, não querendo que ele fosse mais o nosso professor.
Todos nós fomos extremamente injustos com o Prof. Sílvio, achando que estávamos sendo justos, saindo em defesa de nossa colega de classe, absolvendo-a, sendo que ela havia merecido a punição.
O interessante é que nenhum de nós tínhamos percebido que estávamos agindo com injustiça.
Estávamos tão ansiosos em fazer a típica justiça, que nem ao menos tivemos a sensatez de perceber o quanto estávamos sendo tão injustos.
Ao saber do que havíamos feito com ele, o Prof. Sílvio nos contou, após dar a sua aula, uma história que ele viveu quando tinha aproximadamente onze anos.
Era época de Natal, todos os seus colegas estavam exibindo um caminhão da moda; e ele pediu ao seu pai um igual de presente de Natal.
Seu pai lhe disse que compraria, mas o desemprego o privou de dar o brinquedo ao menino Sílvio.
O Natal chegou e Sílvio não ganhou o seu tão esperado caminhão de presente.
Diante disso, o menino enraivecido, foi pro quintal de sua casa, sabia fazer coisas bonitas com madeira, pegou algumas ripas e fez um caminhão, bem artesanal, mas bonito.
Ao terminar o caminhão, Sílvio fez questão de mostrar ao seu pai, dizendo-lhe que estava muito triste, porque ele não havia cumprido o que lhe prometeu.
Seu pai chorou muito e lhe explicou, que tinha sido despedido do emprego e não sabia como iria fazer.
Diante do que viu e ouviu, o menino Sílvio percebeu o quanto havia sido injusto com o seu pai.
Ele nos disse que pediu perdão ao seu pai, procurou ajudá-lo em tudo, trabalhou vendendo doces, conseguiu se formar. E como Juiz, conseguiu dar o melhor para o seu pai.
Ele dava aula, porque amava lecionar.
O Prof. Sílvio nada precisou dizer ao que tínhamos feito com ele.
Quando ele terminou de contar a história, toda a turma estava em prantos, lhe pedindo perdão.
E fomos de novo na direção, implorar à diretora, para ele continuar dando aula pra nossa turma.
Na nossa formatura, prestamos uma linda homenagem pra ele.
Na verdade, nós fomos injustos com o Prof. Sílvio, que tanto amávamos, achando que estávamos sendo justos.
Esta situação nos traz um aprendizado imenso.
Jamais podemos agir como achamos, mas como a Palavra de Deus nos ensina.
Nós precisamos fugir da injustiça.
Nós precisamos viver sob os critérios da justiça, porque somos “Justiça de Deus” (II Co. 5:21).



Aquele Abraço Águia!

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